terça-feira, 11 de outubro de 2011

Grupo Gay da Bahia lança manual para homossexuais que atuam como profissionais do sexo


O Grupo Gay da Bahia (GGB) está lançando um manual com orientações para os homossexuais que atuam como profissionais do sexo no Estado. De acordo com a direção da entidade, o guia batizado de Código de Ética para profissionais do sexo foi elaborado a partir dos relatos de violência envolvendo travestis e gays que trabalham como garotos de programa em Salvador e também das questões relacionadas à saúde. A informação é do site UOL.

Números da Secretaria de Direitos Humanos do Governo Federal, colhidos através de um serviço de disque-denúncia (Disque 100), apontam que entre janeiro e julho deste ano a Bahia foi o segundo Estado em números de casos de violência contra gays, lésbicas, bissexuais, transexuais e travestis. Das 630 ocorrências contabilizadas no período, São Paulo ocupa o primeiro lugar (18,41%), seguido da Bahia (10%), Piauí (8,73%) e Minas Gerais (8,57%).

Com relação aos homicídios, em 2010 o Estado liderou o ranking da violência contra os homossexuais, com 29 ocorrências, contra 24 de Alagoas e 23 de São Paulo e Rio de Janeiro.

Segundo o presidente do GGB, Marcelo Cerqueira, o documento, com 17 páginas, está disponível no site da entidade (www.ggb.org.br) e contém dicas que vão desde utilização de acessórios, como brincos, sapatos e bolsas que possam representar perigo aos travestis e homossexuais que se prostituem na rua, até cuidados com algumas práticas sexuais que podem representar risco à saúde.

Cerqueira afirmou que as principais ocorrências que envolvem os homossexuais são ligadas a furtos, roubos, acusações de não cumprimento de acertos relativos à prestação de serviços sexuais e agressões consideradas homofóbicas.

Há uma semana, três travestis foram detidos na orla de Salvador, acusados de praticarem assaltos a clientes. A transexual conhecida como Nathalie Estrada, que também faz programas nas ruas da capital baiana, disse admitir que “sempre que precisa” faz uso de um spray de pimenta, mas garante que não faz assaltos. “Uso para me defender, pois já fui muito agredida por clientes”, afirmou.

A travesti que se identifica como Paulinha disse não fazer uso de armas, mas informou que já foi agredido várias vezes, “por grupos de vândalos que descem do carro agredindo com socos e pontapés”.

Apesar de não ter conhecimento da cartilha, as duas travestis ouvidas pelo UOL Notícias afirmam que a iniciativa é válida, principalmente por chamar a atenção do público para os problemas vividos pelos profissionais do sexo que são homossexuais.

Discordância
Apesar de não condenar a iniciativa, a presidente do Coletivo de Lésbicas e Mulheres Bissexuais da Bahia (LesbiBahia), Bárbara Alves, disse que é preciso ter cuidado apenas para não haver uma “folclorização” da homossexualidade com a nova cartilha. “Não existe receita de sexualidade, pois não devemos dizer o que deve ou não ser feito.”



Do Agência Aids

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