A Central de Atendimento à Mulher - Ligue 180 registrou um aumento de 112% no número de denúncias de janeiro a junho deste ano, em comparação com o mesmo período de 2009. No primeiro semestre de 2010, foram 343.063 atendimentos - contra 161.774 nos seis primeiros meses de 2009. Os dados foram divulgados nesta terça-feira pela Secretaria de Políticas para as Mulheres, vinculada à Presidência da República.
Segundo o levantamento, as ameaças foram verificadas em 8.913 situações. É o segundo maior crime relatado pelas cidadãs que acessam o serviço, precedido apenas pela lesão corporal. Somados, as ameaças e lesões corporais representam cerca de 70% dos registros.
Das pessoas que entraram em contato com o disque-denúncia, 14,7% disseram que a violência sofrida era exercida por ex-namorado ou ex-companheiro, 57,9% estão casadas ou em união estável e, em 72,1% dos casos, as mulheres relatam que vivem junto com o agressor. Cerca de 39,6% declararam que sofrem violência desde o início da relação; 38% relataram que o tempo de vida conjugal é acima de 10 anos; e 57% sofrem violência diariamente. Em 50,3% dos casos, as mulheres dizem correr risco de morte.
O percentual de mulheres que declaram não depender financeiramente do agressor é de 69,7%. Os números mostram ainda que 68,1% dos filhos presenciam a violência e 16,2% sofrem violência junto com a mãe.
DF lidera atendimentos conforme população feminina.
Quando considerada a quantidade de atendimentos relativos à população feminina de cada Estado, o Distrito Federal é a unidade da federação que mais entrou em contato com a central, com 267 atendimentos para cada 50 mil mulheres. Em segundo lugar aparece o Tocantins, com 245, e, em terceiro, o Pará, com 237.
Em números absolutos, São Paulo lidera o ranking com 47.107 atendimentos, seguido pela Bahia, com 32.358. Em terceiro lugar aparece o Rio de Janeiro, com 25.274 dos registros. A procura pelo Ligue 180 é espontânea e o volume de ligações não se relaciona diretamente com a incidência de crimes ou violência.
Perfil das agressões
Dos 62.301 relatos de violência, 36.059 correspondem à violência física, 16.071 à violência psicológica, 7.597 à violência moral, 826 à violência patrimonial, e 1.280 à violência sexual - além de 229 situações de tráfico e 239 casos de cárcere privado.
A maioria das mulheres que ligam para a central têm entre 25 e 50 anos (67,3%) e com nível fundamental (48,3%) de escolaridade. Já a maior parte dos agressores têm entre 20 e 45 anos (73,4%) e com nível fundamental (55,3%) de escolaridade.
Noticias Terra
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