Artigo de Eduardo Guimarães, no Cidadania.com, com comentário do Tenente Costa Gomes de Anápolis-GO, piloto de caça.
Chega a ser bizarro o que está se vendo na imprensa sobre a licitação internacional para aquisição de três dúzias de aviões de guerra pelo Brasil. Trata-se de um assunto pertinente à defesa do país. É inacreditável a irresponsabilidade dessa gente.
Parece-me haver pouca margem para dúvida de que, por uma questão estratégica, há aspectos do negócio que não poderão ser ventilados. Ainda assim, a mídia acha que sabe mais sobre o assunto do que o governo brasileiro.
A compra de armamento militar dessa complexidade obviamente que envolve mais do que simplesmente seu preço. É claro que não há só a questão da transferência de tecnologia, mas o relacionamento diplomático com a potência que nos fornecerá o equipamento e outros aspectos da questão que o público e a imprensa desconhecem.
No entanto, a mídia, essa meia dúzia de famílias detentoras de grandes jornais, tevês, rádios e portais de internet, acha que pode obrigar o governo Lula a comprar os aviões dos americanos.
É mais do que óbvio que a eterna submissão de nossa direita aos interesses e à indústria dos EUA está por trás dessa campanha para “inviabilizar” a compra que o governo investido de mandato popular para decidir questões da defesa do país pode efetivamente decidir fazer.
É ridículo. Se o governo Lula se render a essas pressões, será melhor que, este ano, os brasileiros entreguem o governo do país às famílias Marinho, Civita, Frias e Mesquita de uma vez por todas. Poderiam formar um quarteto e governar para todo o sempre, então.
PS: a imagem acima é uma sugestão às famílias midiáticas para a campanha delas à Presidência da República.
Comentário:
Caro Senhor Eduardo,
Permita-me opinar sobre o post em questão. Recuso-me a acreditar que a Força [Aérea] tenha finalizado o relatório e decidido pelo Gripen [avião sueco]. Pelos motivos abaixo:
1) pra começar, o Gripen nem é um caça, é apenas um protótipo;
2) O Gripen é monorreator, enquanto os caças top de linha, como o Sukhoi Su-35/37 e o Hornet, são birreatores. Pra quem está no ar pilotando, isso faz uma grande diferença;
3) O Gripen não tem a autonomia de vôo necessária ao território brasileiro. Como é que você vai decolar de Anápolis e executar uma missão em São Gabriel da Cachoeira com um monomotor pé-duro desses?
Eu, particularmente, continuo não acreditando que a cúpula da Força tenha feito uma escolha bisonha dessas. Já que o melhor caça (o Su-35), por pressão americana, está fora, que venha, pelo menos, o Rafale.
Prazer em conhecer o seu blog.
Ten. Costa Gomes | Anápolis - Go | Piloto de caça |
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