sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Começo? Fim? Onde?

*Por Paulo Eduardo

Caros colegas,

Mais uma vez, infelizmente, precisamos ir às vias de fato em uma negociação que envolve os nossos interesses e os do nosso empregador. A greve foi mais uma vez necessária para darmos mais um passo em direção a amenização das discrepâncias existentes em nosso meio.

A discrepância que me refiro vão desde as econômicas até aquelas que estão no plano transcendental das nossas relações. Neste plano estão o respeito, a dignidade, a honra, a fraternidade e o sentimento nobre de lutar por si e por todos.

Esses ganhos imateriais foram objetos de quase a totalidade dos discursos da assembléia que decidiu pela greve, ou seja, fomos à greve para obtermos mais que salário ou outros benefícios pecuniários. Fomos para continuarmos numa caminhada rumo à recuperação da alegria e plena satisfação ao nos colocar a disposição das nossas empresas e para continuarmos no lugar de protagonistas da geração de riqueza e da profusão de valores com o retorno que nos é devido.

Foi uma greve com extrema contribuição didática, vejamos:

Primeiro, a greve foi só uma onda em um mar cuja seqüência de ondas deve ser surfada, e isso só é possível com o posicionamento adequado. A greve nos mostrou mais uma vez que precisamos incutir que a luta deve ser coletiva, ou seja, a nossa insatisfação não pode ser vociferada no nosso dia-a-dia de maneira individualizada. Precisamos canalizar e instrumentalizar as nossas reivindicações. Precisamos ser honestos com as nossas próprias posições no momento que temos para isso: o momento da luta coletiva. Assim somos mais fortes, assim nos fazemos ouvir.

Segundo, foi fantástico ver a unidade dos colegas dos bancos privados e públicos. Caminhamos juntos. Decidimos entrar juntos no processo e decidimos sair juntos. Fica aqui registrado o meu respeito e admiração aos colegas dos bancos privados pela coragem, dignidade e abnegação, cujo esforço é maior sabemos bem o por quê. Essa unidade foi fundamental para fazer valer o esforço e fazer crer cada vez mais na união.

Terceiro, a confusão salutar desse processo está no fato da indissociabilidade entre bancário e sindicato. Vencemos porque somos uno. Podemos nos referir assim: nós bancários construímos o processo, mas não sem a indispensável participação do sindicato. Ou assim: o sindicato construiu o processo, mas não sem a indispensável participação dos bancários. A força está em todos nós e o ferramental esta no sindicato. Fica aqui registrado a valorosa atuação de Jorge, Sena, Chicão, através das quais cumprimento toda a diretoria do nosso sindicato. Além disso, quero fazer um pedido: não desautorizemos o desconto assistencial. A nossa participação também se refere à contribuição para equacionar a conta do processo de greve.

Entretanto, quero dizer que o passo que demos faz parte de uma caminhada. Essa caminhada dá uma acelerada na greve, mas precisamos continuar. Por isso, fica aqui registrada também a frustração pelo “esquecimento” de tema importantíssimo para nós do Banco do Brasil: a ISONOMIA. No Congresso Nacional dos funcionários do Banco do Brasil (maio/2010-São Paulo) foi um dos temas colocados como prioridade e fomos a Salvador (setembro/2010) para reunião promovida pela federação dos Bancários da Bahia/Sergipe para reafirmarmos a preponderância da Isonomia na pauta de reivindicações. Porém, ao fim do processo de negociação, nem uma linha para o assunto. Por isso meu voto de abstenção na assembléia que deliberou o fim da greve. Continua inconcebível a esdrúxula existência de duas classes de funcionários no Banco do Brasil. Por isso precisamos continuar a caminhada. Quando chegarmos à equidade no Banco do Brasil, banco e bancários sairão vitoriosos, pois se trata do resgate da ética, conceito base da isonomia.

Começo? Fim? Onde? Estamos caminhando companheiros!!

Por tudo isso, VALEU.

Nesse momento ouço uma musica, queria que todos ouvissem comigo, porque ela é belíssima e própria para o momento, mas vai aqui uma irradiação da alegria que sinto. Forte abraço e que continuemos.

*Paulinho Eduardo – Funcionário do Banco do Brasil, Itabuna-BA

Acredito na Rapaziada

Gonzaguinha

Composição: gonzaguinha

Eu acredito é na rapaziada
Que segue em frente e segura o rojão
Eu ponho fé é na fé da moçada
Que não foge da fera e enfrenta o leão
Eu vou à luta com essa juventude
Que não corre da raia a troco de nada
Eu vou no bloco dessa mocidade
Que não tá na saudade e constrói
A manhã desejada

Aquele que sabe que é negro
o coro da gente
E segura a batida da vida o ano inteiro
Aquele que sabe o sufoco de um jogo tão duro
E apesar dos pesares ainda se orgulha de ser brasileiro
Aquele que sai da batalha
Entra no botequim, pede uma cerva gelada
E agita na mesa logo uma batucada
Aquele que manda o pagode
E sacode a poeira suada da luta e faz a brincadeira
Pois o resto é besteira
E nós estamos pelaí...

Eu acredito é na rapaziada

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