Transcrevo abaixo, excelente artigo do jornalista Daniel Thame, a respeito do Porto Sul e ferrovia Oeste-Leste.
Aos que acreditam que Ilhéus tem condições de sobreviver tendo o turismo como principal atividade econômica, e que por isso mesmo pode abrir mão do Porto Sul e da Ferrovia Oeste-Leste, é de bom alvitre fazer uma visita a localidades como Ponta da Tulha, Vila Juerana, Barramares e Jóia do Atlântico.
Mal terminado o verão, cabaneiros e donos de padarias, mercadinhos, açougues, etc. já sofrem com a vertiginosa queda nos negócios. Na Ponta da Tulha, por exemplo, o dono de um mercado nem se deu ao trabalho de renovar o estoque. “Não tem ninguém pra comprar, mesmo”, disse.
No domingo, dava para contar nos dedos o número de clientes na principal barraca do Jóia do Atlântico. “Agora,só nos feriados e olhe lá”, afirmou um dos garçons.
O problema dos defensores do meio ambiente (que na maioria das vezes estão mais preocupados com o próprio bolso) é que eles olham demais para os animais e plantas que devem, sim, ser preservados.
Mas quase nunca olham (posto que dispõem de bons salários e de verbas generosas) para os seres humanos, que precisam de emprego pra levar uma vida digna.
Pra essa gente, o drama dos moradores que vivem dos empregos sazonais e sofrem com a falta de serviços básicos, é quase uma abstração.
Até porque, levam uma vida bem acima do “padrão” Ponta da Tulha, Vila Juerana, Mamoam e adjacências. E quando tem que passar por um desses locais rumo a mansões em áreas exclusivas, nada que um carrão com vidro fumê e ar condicionado não resolva…
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