quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Lideranças religiosas brasileiras reafirmam apoio a Dilma

Líderes cristãos reforçaram nesta quarta-feira (13) o apoio à candidata Dilma Rousseff e assumiram o compromisso de combater a onda de boatos que tenta contaminar a campanha eleitoral. No encontro com o presidente Lula e Dilma em Brasília, bispos e parlamentares avaliaram que a boataria pode provocar um inédito conflito religioso no Brasil.

“Vamos tratar de desmistificar todos esses boatos que estão penetrando as igrejas e enganando pessoas crédulas e bem intencionadas. Esta onda de boatos não constrói o Brasil. Ao contrário, pode até trazer um cisma, o ódio entre as religiões, que é o que a gente menos quer”, disse o senador reeleito pelo Rio de Janeiro, Marcelo Crivella.

Segundo ele, embora Dilma tenha reiterado suas posições em defesa da liberdade religiosa e contrária ao aborto, é preciso que esses compromissos cheguem a quem “tem dúvida”. Por isso, líderes religiosos darão seu testemunho em defesa da candidatura de Dilma Rousseff.

“A candidata tem uma posição clara, mas ela tem sido vítima de uma onda de boatos que distorcem suas posições. Temos que fazer com que essas posições cheguem a quem tem dúvida para que não sejam cooptados pelos adversários de maneira inescrupulosa usando boatos”, afirmou o senador.

Compromisso
Para o presidente da Assembléia de Deus de Madureira, bispo Manoel Ferreira, Dilma reforçou seu compromisso mais importante: manter os programas sociais.
“Não estamos aqui elegendo um sacerdote, nem um pastor para assumir uma das nossas igrejas”, alertou Ferreira. “Estamos elegendo um presidente da República que assuma o compromisso de manter os programas sociais e de respeitar as liberdades de culto, de expressão e de imprensa.”
Ele acrescentou que a Assembléia de Deus vai agir com veemência contra o que chamou de “cadeia de boataria” esclarecendo os fieis nas igrejas.

Propostas
Dilma assumiu o compromisso de não enviar propostas legislativas ao Congresso tratando de temas polêmicos para os cristãos. “O que nós decidimos é que eu não mandaria nenhuma matéria que afetasse a questão relativa a qualquer legislação que altere questões que impactem na religião. O Estado brasileiro é laico e essa legislação eu não enviaria ao Congresso, tanto alteração na lei de aborto, quanto todas as outras", relatou.

Dilma também explicou que o projeto de lei que trata da criminalização da homofobia traz pontos que não são aceitáveis. “A parte relativa a condenar o preconceito contra o homossexual nós todos temos que endossar. Agora a parte relativa a criminalizar as igrejas é um absurdo. Criminalizar, colocar punição é um absurdo, é um excesso”, disse.

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