domingo, 17 de outubro de 2010

Marina e PV definem hoje posicionamento sobre apoio a presidenciáveis no 2º turno

Decisão deve sair após reunião entre correligionários e representantes da sociedade

Thays Cabette/Divulgação

Assediada por Serra e Dilma, Marina pode ficar neutra e não definir apoio no segundo turno

Do R7

A candidata derrotada à Presidência, Marina Silva, e o Partido Verde discutem neste domingo (17) o posicionamento oficial da legenda e da senadora na disputa no segundo turno da eleição presidencial. A expectativa é que Marina e o PV anunciem se devem apoiar um dos dois candidatos que continuam na disputa – Dilma Rousseff (PT) ou José Serra (PSDB) – ou se irão permanecer neutros.

Terceira colocada na disputa, Marina passou a ser assediada pelos presidenciáveis após receber 19,3% dos votos válidos (cerca de 19,6 milhões de votos), o que impulsionou o segundo turno.

Prevista para começar às 11h de hoje, a plenária nacional do PV reunirá, além dos integrantes da sigla, 15 integrantes da sociedade civil sem vinculação com a legenda. O anúncio oficial, porém, só deve ser feito após as 14h, em entrevista coletiva.

Assédio

Embora o PV já tenha dado sinais de que poderá apoiar Serra – Fernando Gabeira (PV-RJ), por exemplo, declarou votar no tucano –, a expectativa é que a ex-ministra do Meio Ambiente opte pela neutralidade – ou seja, não apoie nem um nem outro candidato.

Isso porque, Marina já integrou o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e fazia parte do PT – partido que ajudou a fundar – até 2009. Ela, porém, ainda não sinalizou se irá apoiar a candidatura de Dilma, com quem se desentendeu quando comandava o Ministério do Meio Ambiente (na época, a candidata era ministra da Casa Civil).

De olho nos votos da verde, Dilma e Serra já abordaram a questão do meio ambiente durante seus programas eleitorais veiculados na TV no segundo turno. Ambos também já telefonaram para Marina para pedir seu apoio, conforme a própria senadora revelou na semana seguinte ao primeiro turno.

- Eu disse [a eles] que estava sugerindo um processo [decisório] no partido e que iria me submeter a esse processo. Foi uma conversa de 5 a 7 minutos.

O tema chegou a ser abordado até no plenário do Senado, onde o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) fez um “apelo” para que Marina apoiasse Dilma no segundo turno. Tucanos também têm declarado abertamente que o PSDB, assim como o PV, é ligado ao “ambientalismo”, tentando atrair a simpatia dos militantes.

Publicamente, o presidente Lula evitou assediar a ex-ministra. Ele, porém, disse acreditar que sua candidata herdaria a maior parte dos votos obtidos por Marina no primeiro turno.

- Não preciso dizer que acho a companheira Marina uma pessoa extraordinária. Convivemos por 30 anos e ela foi minha ministra durante dois terços do meu governo. Agora compreendo que ela vai demorar um tempo para tomar uma decisão. E talvez nem tome uma decisão e se mantenha neutra. Independente disso, os eleitores estão se movimentando e, se eu conheço o tipo de voto da Marina, boa parte vai migrar para Dilma.

Quarto colocado na disputa pela Presidência, Plínio de Arruda Sampaio (PSOL), decidiu na última sexta-feira (15) se manter neutro no segundo turno, porém, pediu que “nenhum eleitor” votasse em Serra.


do R7


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