Sempre ouvi que não é recomendável fazer trilhas em Itacaré — sobretudo a da Ribeira até a Prainha, a única com saída da “zona urbana” — pela possibilidade de ser assaltado no caminho.
Mas a Ana Carolina de Curitiba traz um relato chocante e um alerta grave: foi assaltada durante uma trilha guiada, e soube de casos escabrosos que em que nem grupos grandes foram poupados.
Eu não gosto de ajudar a alimentar pânico, mas acho um absurdo completo que um lugar cujo diferencial em relação às outras praias sejam justamente as trilhas pelo mato permitir que isso continue acontecendo. É o fim da picada.
Com a palavra, a Ana Carolina:
Estive em Itacaré no mês passado e de lembrança da viagem trouxe um assalto e uma visita à delegacia.
Foi na trilha entre a cachoeira da Usina e a (belíssima) praia de Jeribucaçu. Eu e o marido estávamos com guia contratado via agência, mas mesmo assim o sujeito (que já havia rendido outro casal à nossa frente) nos abordou com uma espingarda velha e uma peixeira, pediu para deixarmos nossas coisas e seguir.
Pensando que ele nem chegou muito perto até acho que tivemos muita sorte (tudo que ficou eu posso comprar de novo), mas mesmo assim quero dar o aviso porque pelo que ficamos sabendo a partir de então, Itacaré está meio perdida em assaltos e afins (embora se tente abafar de todo o jeito para não espantar os turistas – no verão, disseram que havia policiais à paisana em todas as trilhas).
Eu moro numa cidade que tem violência, tem assalto e tudo, mas sei onde é perigoso, evito e aviso a quem posso. Lá ninguém fala nada. Pelo que eu soube é meio certo ser assaltado (ou pior) na trilha da Prainha, por exemplo. Fiquei pasma quando o dono da agência nos disse que um italiano morreu há uns tempos porque tava “marcando” – e me explicou que o “marcando” era fotografar o pôr do sol (17h30, 18h) sozinho na Tiririca e ter reagido quando o ladrão chegou (reagir é marcar, concordo, mas fotografar pôr-do-sol?).
Mesmo o caminho entre o Centrinho e a Tiririca não é recomendado quando escurece (e lá escurece cedo) – falei com uma moça que diz que recomenda aos hóspedes da Tiririca usar táxi para ir ao centro à noite.
Grupos grandes também não estão livres (umas 40 pessoas, indo pela CVC, foram rendidas há uns 2 anos em uma trilha – desde então eles fizeram acordo com uma fazenda e tem permissão para usar uma outra trilha, com exclusividade).
De tudo que eu ouvi, acho que Itacaré é meio roleta russa. Você pode ir e simplesmente encontrar um lugar paradisíaco, trazer fotos lindas e sentir saudades da moqueca e da água de coco. Mas a chance de encontrar a bala existe e é bom ao menos ter ciência dela.
Viagem na Viagem
2 comentários:
Reforçar o estardalhaço é muito facil, mais dificil é apurar o que é procedente.....
Itacaré é uma cidade entregue aos drogados e a falta de organização. Uma cidade turistica deste porte não pode ficar a mercê de bandidos e traficantes
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