Morador do Alto do Cabrito, no Subúrbio Ferroviário, Edson da Silva Santos chegou aos 19 anos de idade atrasado na escola e sem qualquer perspectiva de um futuro profissional. “Eu não gostava de estudar, confesso que eu era meio largado”, diz.
A renda familiar limitava-se à aposentadoria de um salário mínimo da avó materna, já que a mãe, com quem Edson também mora, não trabalha.
No início do ano passado, durante uma conversa em uma roda de amigos no colégio, ele ouviu comentários a respeito de um programa que ensinava profissões do ramo da construção civil a jovens de comunidades carentes de Salvador. “Eu não arranjava emprego porque não sabia fazer nada, então fui procurar que programa era esse que meus colegas estavam falando”.
Demorou alguns dias até Edson encontrar umas das sedes do “Educar para Construir”, ação na área da educação profissionalizante da Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza. Em Novos Alagados, também no subúrbio, ele teve aulas de Elétrica e Hidráulica durante um ano, período em que recebia uma bolsa mensal de R$ 130.
Logo após terminar o curso, Edson conseguiu um emprego em uma das maiores empreiteiras do país, responsável por uma grande obra na Avenida Tancredo Neves, coração financeiro da capital baiana. No cargo de auxiliar de eletricista, recebe um salário que dobrou a renda familiar. O curso profissionalizante foi um estímulo também para ele continuar os estudos no ensino médio. “Quero recuperar o tempo perdido e me tornar um engenheiro”, afirma.
EDUCAR PARA CONSTRUIR
O Educar para Construir formou no ano passado 400 alunos, destacando-se entre os projetos de responsabilidade social do governo da Bahia, inclusive sendo premiado nos últimos dois anos.
A visibilidade do projeto junto ao setor da construção civil, além da parceria com o Sindicato da Indústria da Construção da Bahia, garantiu o Prêmio CBIC de Responsabilidade Social 2009, referendado pelo 81° Encontro Nacional da Indústria da Construção. O outro prêmio foi o 5° Top Social Norte e Nordeste, promovido pela ADV/BA e Abap/BA.
O projeto, que tem por finalidade qualificar jovens em um setor carente de mão de obra especializada, além de prepará-los em inclusão digital e articulação comunitária, já beneficiou cerca de mil moças e rapazes das comunidades de Alagados, Novos Alagados, Recanto Feliz e Paraíso Azul (Costa Azul), Moradas da Lagoa, Massaranduba e Uruguai. De todos esses jovens, 75% estão trabalhando com carteira assinada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário