Por Luiz Carlos Azenha
Viram a goleada da Alemanha sobre a Argentina? Às vezes quem faz muito barulho faz… barulho. Futebol não se ganha em entrevista coletiva, nem batendo no próprio peito. Três coisas que me incomodaram profundamente na Copa do Mundo:
1. Completa ignorância sobre a África, com raríssimas exceções;
2. Fanfarronice de comentaristas e jornalistas brasileiros, que queriam aparecer mais que a jabulani;
3. Oportunismo dos que ora atacavam Dunga (depois dos 2 a 1 na Coreia do Norte), ora defendiam o Dunga (depois dos 3 a 0 no Chile), ora discordavam do treinador (depois da eliminação). Eram os mesmos, dançando diante de ouvintes, leitores e telespectadores!
Nessa hora é precisa saudar o bom senso de Tostão, craque que jogava sem bola dentro do campo e que continua batendo um bolão fora dele.
Tostão, na Folha, sobre a derrota do Brasil:
“O Brasil repetiu a Copa de 2006, quando o Brasil foi eliminado nas quartas-de-final pela França. O interessante é que o Brasil que sempre fez muitos gols em jogadas aéreas levou dois gols em jogadas aéreas. O Brasil, que ficou quatro anos procurando um lateral esquerdo acabou levando gols em jogadas que iniciaram ali na lateral esquerda. O Brasil perdeu, como em 2006, para um time que não é inferior, isso que é importante, é um time do mesmo nível, não foi uma zebra, não foi nenhuma tragédia, nenhum desastre do ponto-de-vista técnico, porque o time da Holanda é tão bom quanto o do Brasil, assim como o time da França era tão bom ou até melhor que o do Brasil em 2006. O Brasil fez um primeiro tempo belíssimo, foi o melhor primeiro tempo da Copa, do Brasil, e o pior segundo tempo, onde deu tudo errado. Também como era previsto, todo mundo tinha medo que o Felipe Melo ia acabar sendo expulso num jogo da Copa e aconteceu no pior momento, na hora em que o Brasil perdia o jogo e precisava reagir. E aí, o desespero, o Brasil com um a menos, quase que leva o terceiro gol, eles tiveram mais chance de fazer o terceiro que o Brasil empatar o jogo. O Brasil precisa perder a soberba de achar que só o Brasil que é bom de bola e que só o Brasil tem craques, do outro lado tinha Sneijder, tinha Robben, tinha grandes jogadores, como em 2006 tinha Zidane, tinha Henry, então do ponto-de-vista técnico foi um resultado normal”.
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