Com a aproximação do inverno a incidência de chuvas aumenta e consequentemente cresce também o número de doenças contraídas pelo contato humano com roedores e insetos. De acordo com a coordenadora de vigilância e controle a outras zoonoses urbanas, Helena Farias, muitos fatores propiciam para este crescimento, como o acesso de animais e insetos na residência.
“Além disso, as condições de higiene também são bastante propícias”, alertou Farias. Conforme ela, objetos amontoados são atrativos para tarôs fazerem os ninhos e colocarem as crias. A armazenagem de alimentos de forma incorreta é outro chamariz. “A alimentação dos animais domésticos deve ser retirada”.
De acordo com a coordenadora os restos de comida espalhadas pelos imóveis servem de alimento para os roedores. “Esses fatores ambientais devem ser eliminados principalmente à noite, pois os ratos têm hábitos noturnos”, lembrou. Em mercadinhos é imprescindível que não se deixem grãos expostos.
Uma equipe da vigilância e controle de zoonoses urbanas vai até as comunidades; nas escolas, igrejas e associações comunitárias apara alertar a população sobre os cuidados necessários para evitar as doenças relacionadas a insetos e roedores. Logo depois das palestras, o trabalho de campo é feito de casa-em-casa, a fim de intensificar o bloqueio de casos notificados e possíveis novos registros levando as informações necessárias e tirando dúvidas da população, como em relação à leptospirose.
A bactéria que é alojada nos rins do animal é eliminada através da urina e contamina quem tiver contato não apenas com a urina, mas também diretamente com o roedor, inclusive se estiver morto. Os sintomas da leptospirose são muito parecidos com dengue ou gripe, por isso existe uma dificuldade no diagnóstico sendo necessário um exame laboratorial. Porém as pessoas devem ficar atentas a febre súbita, prostração, mal estar, dores na panturrilha e olhos amarelados, que é sintoma mais marcante e diferencial da doença.
De acordo com especialistas, o desmatamento e crescimento indiscriminados principalmente dos grandes centros urbanos, além do lixo jogado indiscriminadamente nas encostas, rios e avenidas da cidade causa crescimento da possibilidade de alastramento de tais enfermidades. O contato com água parada, principalmente proveniente de enchentes pode causar a leptospirose. A doença deve ser tratada o quanto antes, pois evolui de maneira bastante rápida, atingindo diversos órgãos e pode levar à morte do paciente em até 24h.
Neste período o aparecimento de animais peçonhentos também aumenta consideravelmente, principalmente se houver condições ambientais adequadas, como enchentes e umidade. Por isso a limpeza é de fundamental importância. Além disso, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) alerta a população para o uso indiscriminado de produtos chumbinho ou outros venenos.
As áreas de maior incidência da moléstia são: Subúrbio Ferroviário, Pau da Lima, Cabula/Beiru, São Cristóvão, Cidade Baixa e Liberdade. Com a vistoria a equipe aciona os órgãos necessários para a manutenção, como a limpeza de canais e retirada de lixo das ruas.
do Jornal da Midia
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