segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Tropa de Elite vai ao lixão do Itariri e mostra a realidade de quem vive lá


O catador de lixo há 7 anos, Renato Santos Borges, 25 anos, relatou ao TROPA DE ELITE a sua vida no lixão do Distrito de Itariri, município de Ilhéus, onde tem uma vida precária em seu dia-a-dia, sofrendo e tirando o pão de cada dia para os 3 filhos comer e tentando sobreviver, para não roubar e matar e nem prejudicar ninguém "lá fora", "prefiro enfrentar este sofrimento", que é lamentável, "só Deus que pode reconhecer, vendo lá de cima". "Agora estamos ameaçados a deixar o lixão, o que era pra ser feito ontem, dia 03", porém por conta dos desmoronamentos adiaram pra daqui a 3 meses. "Se me tirarem daqui; eu vou roubar, matar, pois não tem trabalho na rua, não tenho profissão, não tenho nada."


Robson Costa Cardoso, há 4 anos no lixão: "tenho uma vida sofrida, aqui neste local, sem ter mãe nem pai e não posso sair daqui pois 'lá fora' não tem trabalho". "Aqui vivo catando vasos, PET, sacola, aluminio, lata, garrafa, sandália velha, aqui não se perde nada. Lixo hospitalar é jogado também, separado, só que as vezes vem lixo hospitalar junto com a coleta da noite, vindo das clinicas do centro. Até uma criança de 8 ou 9 meses veio junto com o lixo do pontal, perto de nascer.

Maicon Santana Neto, há 2 anos neste local, "Mas venho do lixão do Cururupe, onde trabalho desde pequeno". "Tenho que manter 2 filhos, e sem nenhuma oportunidade de trabalho 'lá fora', pois não tenho estudo, o único jeito é trabalha aqui". "Agora fui informado que a CONDER quer entrar aqui e tomar o nosso trabalho, se isto acontecer o jeito é a gente ir pra cidade né? E trabalhar onde? Vou ficar vendo meus filhos chorar de fome? A gente vai querer meter a mão no que é dos outros, tomar de quem tem, roubar, é o unico jeito de sobreviver". "Estamos acostumados a trabalhar 'assim'; sem nenhuma proteção: luva, sapato e sem nenhuma ajuda da prefeitura de Ilhéus, que não dá uma cesta básica sequer. Aqui no lixão a única coisa que é fácil é pegar doenças; cobreira, frieira, e quando chove é pior ainda, mas graças a Deus nunca aconteceu nada muito grave. Só precisávamos de um apoio; bota, meia, luva, qualquer coisa que proteja a pele da gente. O que pior pode acontecer aqui em Itarirí, é a COOPERATIVA aterrar o lixo e colocar a gente pra fora com uma mão na frente e outra atrás, sem deixar a gente trabalhar. Aqui nunca tivemos problemas entre nós, somos todos unidos, cada um trabalha no seu lugar, quando um precisa do outro a a gente serve.

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Dica Ana Maria Bruni

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