quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Desemprego entre negros é cinco vezes maior


Genilson é Gerente de um grande Supermercado
em Salvador

Às vésperas do Dia da Consciência Negra, comemorado nesta quinta feira (20), um dado chama atenção. Em Salvador e região metropolitana, 357 mil negros estão desempregados, cinco vezes mais que o número de brancos desempregados.

Os dados fazem parte de uma pesquisa divulgada na manhã desta terça-feira (18), pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia.

Genilson do Nascimento ocupa um dos cargos mais importantes de um supermercado em Salvador. Ele é gerente de mercearia, posto a que foi promovido depois de dezoito anos na empresa. 'Eu consegui crescer, atender os objetivos da empresa, daí fui ser balconista, fiquei um período como repositor, depois fui coordenador dos repositores, depois fui para o cargo de sub-gerente', conta.

Mas histórias como a de Genilson ainda não são comuns. Isso é o que revela a mais recente Pesquisa de Emprego e Desemprego feita pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia em 2007.
Dez mil pessoas foram ouvidas em Salvador e em cidades da região metropolitana. Os números, divulgados hoje, mostram que mais de 1,5 milhão de pessoas negras estão em idade economicamente ativa, mas quase 23% não têm emprego. Entre os brancos, esse número é menor, 15,6%.

Entre as mulheres negras, a taxa de desemprego chega a 26,4%. Já entre as brancas, é de 18,3%. O serviço doméstico foi o que mais empregou mulheres negras (19,9%).
No caso dos homens negros, o setor de serviços (57,9%), o comércio (16,9%) e a construção civil (10,6%) foram os que ofereceram o maior número de vagas.
'A pesquisa nos mostra muito claramente que a instrução é a principal ferramenta para diminuir a desigualdade racial, na medida em que favorece a inserção no mercado de trabalho, e também diminui a distância entre os rendimentos, de modo que o rendimento de uma pessoa de terceiro grau negra é mais próxima de uma pessoa de terceiro grau grau não-negra', explica o enconomista Luiz Chateaubriand.

Fábio Bispo tem 27 anos e o sonho de crescer na empresa onde trabalha. Ele começou fazendo faxina e hoje atende a um público exigente: os apreciadores de vinho. 'Cabe a gente honrar a nossa cor, independente de ser negra ou branca, mostrando que nós somos capazes de chegar lá como qualquer um', ensina.

Do Ibahia.com

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