sábado, 19 de junho de 2010

A Importância da Politica de Saúde da Mulher


Por Sueli Santos Dias

Foi lançado em 2008, pelo Governo Federal, o II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres. Nele há um capítulo que trata da política de saúde da mulher, ressaltando que todas as brasileiras, em suas diversas faixas etárias, grupo social ou condição, devem ser atendidas em suas necessidades. Para isso os gestores das três esferas (federal, estadual e municipal) dentro de suas atribuições e competências, devem dar prioridade ao assunto e garantir as condições necessárias para a implementação da Política Nacional de Atenção Integral a Saúde da Mulher. 

Essa Política requer ações e serviços de saúde que garantam os direitos humanos das mulheres e reduzam as mortes por causas que possam ser prevenidas e evitadas.  Abrange desde ações que assegurem assistência à gestante, englobando pré-natal, parto e pós-parto, ofereça condições de planejamento familiar, a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e o diagnóstico precoce do câncer . 

Diante desse leque de desafios, registro minha apreensão nesta oportunidade,  em relação a situação do sul da Bahia frente ao câncer de colo de útero. Como participante de um Grupo de Apoio para pacientes de câncer (GRUPO SE TOQUE), tenho visto crescer o número de casos de mulheres que chegam a Itabuna para tratamento de câncer de colo de útero. 

Em sua maioria são jovens e oriundas das cidades do sul e extremo sul da Bahia e que são encaminhadas para realização do tratamento. Os textos produzidos pelo Ministério da Saúde, e que aqui reproduzo alguns trechos, informam que o câncer do colo do útero é uma doença que se desenvolve lentamente no corpo da mulher. Portanto, ele dá muitas chances para ser identificado, em tempo de não causar uma tragédia nas vidas das mulheres e das famílias.  Diante da gravidade dessa doença, o SUS para combatê-la, dá prioridade à população de mulheres entre 25 e 59 anos de idade. Nessa perspectiva, o Ministério da Saúde recomenda que os serviços de saúde devem oferecer à mulher as seguintes ações: 

- Uma consulta médica ginecológica e uma consulta de enfermagem ginecológica ao ano;
- Coleta de amostra para exame papanicolau em mulheres de 25 a 59 anos, que deve ser encaminhada para o laboratório analisar e dar resultados em tempo adequado;
- Realização de práticas educativas relacionadas ao tema pelo menos uma vez ao ano;
- Tratamento de inflamação do colo do útero (cervicocolpite);
- Exame do colo do útero (colposcopia) e respectivo diagnóstico;
- Tratamento de lesões de alto grau do colo do útero.
- Cirurgia do colo do útero (conização).

Assim cabe a cada município fazer acontecer as recomendações acima relacionadas, de forma que se dê à mulher a chance de mudar o rumo do prognóstico de um câncer de colo de útero com diagnóstico oportuno e precoce.

Fica aqui a indagação: quando todas as mulheres
de cada um dos municípios desse Brasil terá a chance de realizar um teste papanicolau por ano? 

Porém, não é suficiente apenas identificar as mulheres em situação de risco,
mas também dar tratamento àquelas que já estão com problemas de saúde que podem se transformar em câncer ou mesmo que já estejam com câncer instalado. Para isso, o município tem que dar uma alternativa. Caso não tenha tratamento no próprio município, o secretário de saúde poderá contratar na vizinhança. O que não pode é deixar a mulher doente e sem assistência.

Mulheres, precisamos nos unir para buscarmos o que precisamos!

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