sábado, 9 de outubro de 2010

Uma verdade de 3,75



O candidato Sr. José Serra está dizendo em sua campanha eleitoral que foi "o melhor deputado na Constituinte de 1988". E compara com o "PT da Dilma, que se recusou a assinar a Constituição".

Well, Dilma, de fato, não estava lá. Estava o Lula. E estavam também, com as respectivas notas: Benedita da Silva (10) e Vladimir Palmeira (10) do RJ; Eduardo Jorge (10), Florestan Fernandes (10), Gumercindo Milhomem, Irma Passoni (10), Plínio Arruda Sampaio (10), José Genoino (10) e Luiz Gushiken (9,5), de SP; João Paulo Pires de Vasconcelos (10), Paulo Delgado (10) e Virgílio Guimarães (9), de MG; Olívio Dutra e Paulo Paim, do RS; e Vitor Buaiz (9,5) do ES. Todo mundo do PT naqueles tempos. Todo mundo com nota de sobra, a favor dos trabalhadores. Portanto, o PT assinou a Carta Magna. Então esta já é uma mentira do candidato.

Agora me diz: onde alguém, por exemplo, que numa escala de zero a dez tenha tirado nota 3,75 é o melhor? Só se for nas escolas do Sr. Paulo Renato Costa Souza, onde alunos são aprovados sem saber ler/escrever, e nos mágicos contorcionismos que aplica no (mega) organizado Saresp. Daí dá certo. Portanto, esta é mais uma mentira do candidato.

Você pode se perguntar o motivo de nota tão pífia. Basicamente foi por razões também divulgadas e que devem ser sempre recordadas - principalmente para que se evitem os mesmos erros. Olha que bacana o resumo da mixórdia:
  • Serra votou contra a redução da jornada de trabalho para 40 horas;
  • Serra votou contra mais garantias de estabilidade no emprego ao trabalhador;
  • Serra negou seu voto pelo direito de greve;
  • Serra negou seu voto pelo abono de férias de 1/3 do salário;
  • Serra negou seu voto pelo aviso prévio proporcional;
  • Serra negou seu voto pela estabilidade do dirigente sindical;
  • Serra negou seu voto para garantir 30 dias de aviso prévio;
  • Serra negou seu voto pela garantia do salário mínimo real;
  • Serra votou contra a implantação de Comissão de Fábrica nas indústrias;
  • Serra votou contra o monopólio nacional da distribuição do petróleo.
...Você me conhece. Sabe da minha franqueza, e que eu não mudo de opinião em véspera de eleição... (vídeo 3:12). Foi pela mesma franqueza e opinião que abandonou a prefeitura de SP para ser candidato a governador, mesmo tendo assinado documento e se pronunciado em debate declarando que jamais o faria. Quer dizer que o salário mínimo de R$600 é miragem, que a greve vai ser tratada da mesma forma como tratou os professores em 2009, que jornalistas e colunistas com opinião própria (contrária a dele) continuarão sendo demitidos, que o petróleo brasileiro tem de ser internacional...

Não há muita novidade no que consta neste humílimo post. Aliás, se você colocar no Google "nota 3,75" vai ver que o primeiro resultado (e outros sequentes) já é a mentira do candidato Serra. E como aqui é um banco de dados, quanto mais registros corretos houver, melhor.

Abaixo a avaliação do Sr. Serra obtida no DIAP - Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar -, em Quem foi quem na Constituinte - Nas questões de interesse dos Trabalhadores, página 621. E em seguida as notas daquele que o nosso maior mentor em vida, Professor Hariovaldo Prado, chama de "analfabeto, nove-unhas, molusco vermelho barbudo" e por aí vai. Está na página 625. Nota dez.
Se quiser recordar para viver, todos à época estão aqui.
Alvíssaras!
 

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