segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Greve arranca nova proposta. Negociação continua hoje

A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) apresentou ao Comando Nacional dos Bancários neste sábado 9 de outubro, 11° dia da greve da categoria, uma nova proposta que inclui reajuste de 9,82% para o piso salarial, 6,5% de reajuste para quem ganha até R$ 4.100 (e um valor fixo de R$ 266,50 para os salários superiores a esse valor). Propôs também 6,5% de reajuste para a PLR e todas as verbas salariais e auxílios. O Comando Nacional dos Bancários considerou a proposta insuficiente e as negociações continuam nesta segunda-feira 11, às 11h.

A forte greve que a categoria está fazendo em todo o país forçou os bancos a retomarem as negociações e a apresentarem a nova proposta, mas consideramos o índice de reajuste insuficiente. Também é inaceitável esse teto de R$ 4.100. Isso significa que quem ganha acima de R$ 6.212 terá reajuste abaixo da inflação do período.

Em relação ao piso da categoria, é importante a sinalização por parte dos bancos de valorização, conforme reivindicação da categoria. O índice de reajuste de 9,82% é também insuficiente diante da crescente lucratividade dos bancos.

Da mesma forma, o Comando Nacional dos Bancários considera muito rebaixado índice de reajuste de 6,5% sobre a PLR. Os bancos precisam aumentar a distribuição da PLR em relação ao ano passado, uma vez que os lucros cresceram.

Negociação continua segunda

Diante do posicionamento do Comando Nacional, os negociadores da Fenaban pediram a suspensão temporária das negociações, para que tivessem tempo de consultar os banqueiros. A retomada ficou agendada para segunda-feira, dia 11, às 11h.

Os representantes dos bancos também sinalizaram que apresentarão na segunda-feira proposta sobre assédio moral e segurança bancária.

O Comando Nacional orienta todos os sindicatos a manterem e ampliarem a greve na segunda-feira, para forçar os bancos a melhorarem a proposta. "Os bancários estão de parabéns pela greve fantástica que estão fazendo, que é fortíssima também nos bancos privados e já é a maior das últimas duas décadas. É essa a força da categoria e é isso que pressiona os bancos a negociarem", diz o presidente da Contraf.

Protesto contra pedido de prisão de dirigentes

No final da rodada de negociação deste sábado, o Comando Nacional fez um protesto veemente à Fenaban contra a postura do Itaú Unibanco de solicitar a prisão do presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília. Rodrigo Britto é membro do Comando Nacional. Outros bancos estão fazendo a mesma coisa contra dirigentes sindicais e trabalhadores em greve em vários Estados.

"Essa é uma prática antissindical inaceitável em uma sociedade democrática onde o direito de greve está assegurado na Constituição", protestou Carlos Cordeiro.

A nova proposta da Fenaban

Novo piso salarial: R$ 1.180 (reajuste de 9,82%)
Reajuste de salários: 6,5% até R$ 4.100.
Reajuste para salários acima de R$ 4.100: R$ 266,50 fixos.
PLR: reajuste de 6,5%, tanto para a regra básica quanto para o adicional.
Reajuste dos benefícios e verbas salariais: 6,5%.

Negociações nos bancos públicos federais

Em razão da nova rodada de negociações com a Fenaban na segunda-feira, às 11h, as reuniões sobre as pautas específicas que estavam marcadas com as direções do Banco do Brasil e da Caixa não acontecerão mais às 10h. Serão realizadas ao final das negociações com a Fenaban.

Também foram marcadas para a segunda-feira, às 15h, a negociação sobre as reivindicações específicas com o Banco do Nordeste do Brasil (BNB). Na quarta, às 10h, haverá negociação com o Banco da Amazônia.

Greve forte no banco faz BB negociar hoje

O Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf, retomará nesta segunda-feira 11, em São Paulo, as negociações com o Banco do Brasil sobre as reivindicações específicas do funcionalismo. As negociações, que estavam paralisadas desde o dia 23 de setembro, serão realizadas após a reunião do Comando Nacional com a Fenaban.

O BB registrou lucro líquido de R$ 5,1 bilhões no primeiro semestre de 2010, com aumento do crédito e queda da inadimplência. O resultado é quase 27% superior a igual período do ano passado. O resultado positivo do BB representa um quarto de todo o lucro líquido dos seis maiores grupos do país (BB, Itaú Unibanco, Bradesco, Caixa, Santander e HSBC). Não há motivo para o banco não atender as reivindicações econômicas, elevar o piso, implementar um novo PCS, mudar as regras de descomissionamento abrir novos e mais postos de trabalho e resolver questões da jornada de seis horas para todos.

As reivindicações específicas do BB

As reivindicações específicas do BB, aprovadas pelo 21º Congresso Nacional dos Funcionários realizado entre 28 e 30 de maio, foram entregues à direção do banco no dia 20 agosto. As principais são:

- Aumento do piso do PCS e crescimento horizontal nas comissões do PCC, com incorporação anual das gratificações de função, com revisão de comissões da gerencia média.

- Fim dos descomissionamentos com base em uma única avaliação de desempenho, transferindo-se essa alçada exclusivamente para a Gepes.

- Jornada de 6 horas para todos os cargos técnicos, sem redução de salários.

- Fim da Lateralidade e dos desvios de função, com a volta das substituições para todos os cargos.

- Indenização da Gratificação Variável para os ex-funcionários do Banco Nossa Caixa e desmembramento das verbas salariais incluídas no VCPi de todos os egressos de bancos incorporados.

- Ampliação do número de caixas em todas as agências e efetivação dos substitutos.

- Fim da trava de dois anos para processos seletivos.

- Garantia da comissão e dos benefícios para os afastados por licença-saúde, para todo o período de afastamento. Com ampliação dos VCP para 12 meses.

- Eleição de representante dos funcionários para o Conselho de Administração.

- Fim das metas abusivas, das cobranças individuais e dos rankings de produtividade.

- Fim da terceirização do serviço bancário.

- Fim do correspondente bancário.

- Vincular a Ouvidoria interna ao Conselho de Administração, de forma a fortalecer sua posição no combate ao assédio moral dentro do banco.

- Ausência para acompanhar filho deficiente.

- Suspensão da reestruturação das agências.

Com pressão da greve, Caixa negocia hoje

O Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf e assessorado pela Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), retomará as negociações específicas com a Caixa Econômica Federal na próxima segunda-feira, 11, em São Paulo. As negociações serão realizadas após a reunião do Comando Nacional com a Fenaban.

A reunião com a Caixa foi marcada no décimo dia de greve nacional da categoria e acontecerá dois dias após o reinício das negociações na mesa unificada com a Fenaban, neste sábado, dia 9, às 11h.

Na última rodada de negociação com o Comando, no dia 23 de setembro, a Caixa manteve uma posição intransigente e não apresentou novidades aos trabalhadores. O banco apresentou um documento, afirmando que irá cumprir os itens econômicos da Fenaban e propondo a renovação de algumas cláusulas do atual acordo coletivo.

Considerada muito aquém da expectativa dos empregados, a proposta foi rejeitada pelos empregados e aumentou a participação dos trabalhadores na greve, que chegou ao décimo dia com o fechamento de 8.278 agências em todo o país.

Os trabalhadores cobram avanços em temas como valorização do piso, que também está na mesa com a Fenaban, isonomia (licença-prêmio e anuênio), efetivação do processo de promoção por mérito do ano passado, ticket dos aposentados e PLR justa.

A retomada das negociações da pauta específica dos bancários é positiva, mas tudo depende da postura da Caixa. Esperamos que o banco mude de atitude e traga uma proposta que contemple as reivindicações dos trabalhadores.

Fonte: Contraf



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Sindicato dos Bancários de Itabuna
Imprensa

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