domingo, 16 de agosto de 2009
Vítima defende marido torturador e diz: ‘Eu amava esse homem’
O choro da assistente social Luciana Brasileiro Lopo, 31, durante a audiência de instrução no Fórum Criminal de Lauro de Freitas, foi pela tortura que sofreu mas também de preocupação com o agressor, o professor de educação física Adalberto França Araújo Filho, 39, e com a filha dele.
“Eu não queria que ele ficasse preso. Eu sinto pela filha dele, mas não sou eu quem decide. Como a filha vai crescer com o pai preso, com esse trauma? Eu não queria isso. Eu não consigo pensar só em mim e acabo pensando na filha dele”. Depois de 30 minutos de depoimento, Luciana desaba: “Eu amava esse homem, eu amava, e ele destruiu tudo, nossos sonhos, por causa desse ciúme dele doentio”, diz. Adalberto acusa Luciana de traição - fato negado diversas vezes por ela.
Em trechos do depoimento, gravado em vídeo, Luciana parece atenuar as perguntas do juiz sobre a tortura sofrida por ela durante quatro horas, na casa do casal em Vilas do Atlântico, no dia 26 de junho.
“O rifle dele era registrado”, afirmou Luciana quando o juiz menciona a arma com a qual ela foi baleada na perna esquerda. “Ele a cortou?”, pergunta o juiz. “Não, ele lapeou aqui na testa, no braço”, contestou Luciana na audiência. “Não sei como chegou a esse ponto. Ele é um bom pai, atencioso, um homem que trabalha, estuda...”, contou.
Sobre a bacia na qual ela foi obrigada por Adalberto a banhar os cortes feitos com a faca de cozinha nos braços, pernas e rosto, Luciana contou: “Ele pediu a Maria [a empregada] pra pegar uma bacia e sal grosso, mas só tinha um restinho de sal grosso na casa”.
EMOÇÕES
A assistente social mora atualmente com os pais. Ela viveu por três anos com Adalberto. Em nenhum momento o sdois se encontraram, ontem, no Fórum. Luciana chegou por volta das 8h45, acompanhada dos pais e da avó materna. Adalberto chegou 15 minutos depois, escoltado por agentes da Polícia Interestadual (Polinter), onde ele está preso desde 29 de junho, na sede da Polícia Civil, na Piedade.
Jornalista Vera Mattos
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Um comentário:
Casos como esse tem que ser objeto de estudos, uma pessoa que sofre dessa maneira, ainda defender o agressor.
Somente uma pessoa doente, age dessa forma.
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