Fez bem o venerável doutor Ulysses Guimarães em não deixar à tona nem seu cadáver, pois ele hoje estaria se revirando no túmulo de pura vergonha e indignação. A entrevista de Jarbas Vasconcelos – um dos ilustres do partido – mostrando a realidade do seu PMDB atual é chocante e decepcionante.
É quase impossível acreditar que o PMDB da redemocratização seja hoje esse amontoado de interesses, na sua maioria escusos, e reduto do que se tem de mais antigo e rançoso em nossa política.
Vitorioso no Senado e na Câmara, mesmo assim, o PMDB é tudo aquilo que Jarbas mostrou uma agremiação de gente de escrúpulos duvidosos, gente como Renan e semelhantes que nem engrandecem a legenda nem a política nacional.
Mais grave que isso é que a cúpula do PMDB, com todos seus antigos arenistas, vai ter de engolir e digerir calada a catilinária de Jarbas Vasconcelos, pois expulsá-lo seria aumentar a crise, torná-la mais pública e deixar um Jarbas solto, livre para disparar.
Assim, o partido que um dia representou a esperança dos brasileiros hoje se vê reduzido a uma legenda de coadjuvantes, mendigando aqui e ali um cargo de vice, servindo Lula como serviram FHC e servirão outros, apegadas a Ministérios, cargos, salários e vantagens.
Que doutor Ulysses repouse no oceano profundo e fique livre dessa sujeira que envergonha o partido que nasceu e cresceu em suas mãos e hoje se vê rifado em troca dos interesses mais vis.
do Blog do Paulo Caminha
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