quarta-feira, 24 de agosto de 2011
Livro “70 anos de radiojornalismo no Brasil” terá lançamento em Ilhéus, dia 29
No dia 28 de agosto completam 70 anos que o Repórter Esso foi ao ar e várias atividades estão sendo planejadas. Uma delas é o lançamento nacional do livro "70 anos de Radiojornalismo no Brasil", publicado pela Editora da Universidade Federal do Rio de Janeiro e que tem capítulo escrito pela jornalista Eliana Albuquerque, professora do curso de Comunicação da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) e doutoranda em Cultura e Sociedade da UFBA. O livro é organizado pela Prof. Dra. Sônia Virgínia Moreira e conta com a participação de outros 18 pesquisadores de rádio de todo o Brasil.
Em Ilhéus, o lançamento do livro será na segunda-feira, dia 29 de agosto, às 17h, no auditório da Academia de Letras de Ilhéus, numa promoção do Sindicato dos Radialistas de Ilhéus (STERT-I) e da Rádio UESC.
História
A primeira transmissão do Repórter Esso no Brasil ocorreu na Rádio Nacional, em 28 de agosto de 1941. O programa noticioso mudou o rádio brasileiro e imprimiu nova linguagem e dinâmica ao radiojornalismo, passando a ser um marco na comunicação nacional. Sua credibilidade era tanta que as pessoas só acreditavam nos fatos depois que o Repórter Esso os veiculava. Exemplo disso se reflete na frase emblemática publicada por um determinado jornal da época: “A Segunda Guerra acabou depois que o Repórter Esso noticiou”. O programa era mantido pela Esso Brasileira de Petróleo e seu objetivo central era a transmitir as notícias mundiais. Mas também procurava despertar o público para questões nacionais, como a postura de Getúlio Vargas no período da guerra, quando se mostrava indeciso entre o nazifascismo e os norte-americanos.
O Repórter Esso era redigido na Cinelândia e levado e bicicleta até a sede da Rádio Nacional, situada na Praça Mauá, cidade do Rio de Janeiro, para ser apresentado por Heron Domingues. No intuito de noticiar o fim da guerra em primeira mão, Heron Domingues chegou a morar literalmente na rádio. Havia um disco com sua voz que dizia “A guerra acabou!” a ser usado caso o locutor estivesse ausente na hora em que isso ocorresse. Tanto que a Rádio Tupi foi a primeira a dar a notícia, mas ninguém acreditou. Isso só aconteceu quando o Repórter Esso entrou no ar.
O Repórter Esso acabou em 31 de novembro de 1969, num programa de despedida que comoveu os ouvintes, depois de 28 anos de transmissões que marcaram a história do rádio brasileiro.
O livro “70 anos de Radiojornalismo no Brasil” procura resgatar essas histórias e refletir sobre o radiojornalismo nos dias atuais, quando o avanço tecnológico trás novas possibilidades para veterano rádio.
Credibilidade e formação
Autora de um dos capítulos do livro, a jornalista Eliana Albuquerque, professora do Curso de Comunicação da Universidade Estadual de Santa Cruz e doutoranda em Cultura e Sociedade pela Universidade Federal da Bahia, alerta para a necessidade de melhorar a qualidade das informações transmitidas pelo rádio que, em sua opinião, continua sendo o mais ágil e popular dos meios de comunicação de massa existentes. Segundo ela, “o jornalismo radiofônico precisa manter a credibilidade adquirida pelo Repórter Esso e, para isso, os profissionais da notícia devem se qualificar cada vez mais”.
A professora, que tem como objeto de sua tese de doutorado o rádio regional, há pouco tempo coordenou o curso de capacitação para radialistas promovidos pela UESC em parceria com o STERT-Ilhéus. Ela considera que o Sindicato dos Radialistas em Ilhéus está no caminho certo quando se preocupa com a qualificação de seus associados e diz que “Ilhéus desponta hoje como local onde há um dos quadros de radialistas mais capacitados do estado da Bahia tanto pela ação do Sindicato, quanto pela atuação de excelência da UESC nessa área. O curso de Rádio e televisão da UESC, que obteve nota máxima no Exame Nacional de Cursos do Ministério da Educação (ENADE), é, inquestionavelmente, um dos melhores do Brasil e isso também faz grande diferença no panorama do rádio atual”, conclui.
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