Por Jorge Barbosa
“A vida imitaria a arte?”, por incrível que pareça, durante o carnaval e as festas que o precedem temos condições de refletir sobre o mundo em que vivemos, a partir do nosso comportamento. Uma das constatações evidentes da arrogância é a completa estupidez de certos motoristas e foliões, que estacionam em via pública e ligam suas aparelhagens de som a todo volume, o que é pior, a poucos metros, outros fazem a mesma coisa, contudo, o gosto musical é exatamente o mesmo,as excrescências sonoras apelidadas de “arrocha”, “suingueira” e “funk carioca”, todos de péssimo gosto e que além de não possuir nem melodia nem arranjo, suas letras retratam a mulher da forma mais desqualificada possível, numa clara alusão ao machismo e até a misoginia (desprezo ou aversão às mulheres).
O machismo e a violência contra a mulher andam de mãos dadas, a desvalorização do gênero feminino é a porta de entrada, é a teorização da lei da oferta e da procura no campo social, ou seja, aquilo que não tem valor não merece respeito. São corriqueiras nas novelas, cenas de “barracos” entre mulheres, “seria cômico se não fosse trágico”. Basta de vulgaridade, vamos elevar nosso espírito.
As vozes místicas e conservadoras costumam coordenar o carnaval, com se tal festa fosse responsável pelo comportamento obsceno e pela violência, contudo, com a ausência total da folia momesca, Itabuna registrou 10 homicídios no último final de semana . Segundo os estudiosos o trafico de drogas tem potencializado a prática de crimes, todavia, façamos uma breve reflexão, nunca ouvir dizer que um traficante, por pior que seja (e realmente são seres abjetos), tenha obrigado alguém a consumir entorpecentes, a droga chega através do convívio social, roda de colegas, amigos e até dos relacionamentos amorosos. Se estivermos firme no propósito de não nos entorpecer o tráfico de drogas vai à falência. Porém, estive presente em um show de reage na cidade de Itacaré e quase não conseguir respirar atormentado por tanta fumaça de maconha, principalmente a partir do momento que os próprios músicos de uma banda internacional faziam alusão ao consumo da cannabis sativa. Se quisermos segurança pública temos que nos comportar de forma adequada.
A degradação ambiental e o desequilíbrio ecológico estão a ameaçar a nossa tão decantada sociedade consumo capitalista. Se não buscarmos alternativas a esta forma de organização social, caminharemos inevitavelmente para a barbaridade, colocando em risco toda a humanidade.
*Jorge Barbosa de Jesus – Presidente do Sindicato dos Bancários de Itabuna
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