domingo, 26 de setembro de 2010

O Calvário do Flamengo

Reproduzo artigo de Jorge Cajueiro, no R2Cpreess, de Roberto Rabat


Torcedor do Flamengo desde a primeira década de vida, confesso que poucas vezes pude observar meu time jogar um futebol tão medíocre como este.
Verdadeira paixão nacional, talvez a maior de todas desse imenso território que vai do Oiapoque ao Chuí, é muito triste, frustrante e decepcionante assistir ao nosso Flamengo jogar. É um dos times que menos fez gol no Brasileirão, o campeão em erros de passes, um ataque que vai do nada ao lugar nenhum, uma defesa que não transmite nenhuma segurança e um meio de campo onde em poucas oportunidades se assiste comandar uma jogada de qualidade.

Com salários milionários, verdadeiros pernas de pau vestem essa camisa tão gloriosa e fazem dos seus jogos um festival de passes errados e de chutes nas arquibancadas. Um tal de Deivid no ataque (salário de cerca de 200 mil), que praticamente não acerta um passe. Outra “pérola” chamada Diogo (salário de cerca de 200 mil – oito jogos sem um gol sequer), que só ostenta o balançar de sua cabeleira e quase nenhum perigo às redes do adversário. Que saudade de Adriano e Wagner Love!

Se pensamos no banco de reservas para ajudar esse ataque vergonhoso, mais dois pernas de pau (Borja e Val Baiano) que, apesar de engordarem suas contas bancárias mensalmente em cerca de 150 mil reais cada (cinco vezes mais que um ministro do Supremo Tribunal Federal), sequer tocam na bola e (me parece) ainda nem fizeram um mísero gol. Resta-nos o talento de alguns poucos (Léo Moura, Wilians, Juan e Pet), que também não atravessam seus melhores dias e pouco conseguem fazer.

Um técnico sem expressão, ao menos para um time com tamanha envergadura e detentor de uma marca milionária, retrata-se um elenco que em todos os jogos precisa tomar um gol para poder esboçar alguma reação e, quando a sorte nos ajuda, alcança um empate e heroicamente arranca um pontinho. Coitados de nós torcedores!

Infelizmente parece que o brilho do nosso Zico limitou-se à sua trajetória como jogador. Na diretoria do rubro negro é evidente que contratou mal, não consegue empolgar e mostra que não tem talento para a gestão. Insistiu inicialmente num técnico inexpressivo (Rogério Lourenço), o trocou por outro de idêntico patamar e agora deixa o time praticamente desacreditado e lamentavelmente ligando a seta para a estrada do rebaixamento.

Como não temos condições de fazê-lo nos ouvir, pelo menos vamos torcer e rogar que essa fraca diretoria, responsável por equivocadas e fraquíssimas contratações, aperceba-se que Wanderley Luxemburgo está sem emprego e, creio eu, doido para dar uma resposta ao não menos fraco desempenho exercitado por seu ex-time. Afinal, dirigir uma equipe como o Flamengo, com a maior torcida do país e na péssima fase atual, levá-lo a uma reação (como assim fez Joel Santana) seria também a retomada de sua consagração como técnico de futebol. Acho que ambos os lados (Flamengo e Wanderley) precisam um do outro e dar as mãos em pról de sua história.

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