segunda-feira, 24 de agosto de 2009

A jogada errada de Geddel

Por Marcel Leal

A pressão dos demitidos do estado por causa de Geddel já cria problemas para o ministro, que esqueceu deste detalhe ao romper com Wagner. Os demitidos exigem cargo em outro lugar e o PMDB só tem um de peso, a prefeitura de Salvador.

O problema é que João Henrique não quer nem vai empregar esse pessoal e no ministério não há espaço para novos apadrinhados.
Não é a toa que um importante peemedebista me disse que o rompimento de Geddel "foi precipitado". E ele estava sendo educado...

Como previ, outro problema para Lima são os prefeitos. "Uma ruma" deles já decidiu se afastar do filho de Afrísio para manter a parceria com Jaques Wagner, seja por simpatia, amor ou amizade. Ou interesse em obras e apoio político.

A debandada ficou maior com a nomeação do deputado João Leão para a Seinfra, que inclui toda a infra-estrutura da Bahia, de estradas (Derba) a iluminação (Luz Para Todos).
Os últimos lances na política baiana só confirmam que Geddel com o PMDB e César Rabello com seu PR vão ter dificuldades em segurar os prefeitos de suas legendas.

O prefeito de Valença, Ramiro Campelo, por exemplo, é do PR mas já garantiu apoio à re-eleição de Jaques Wagner.
Aliás, vários atuais deputados ou candidatos ao cargo pelo PMDB também começam a migrar para partidos da base estadual, e lideranças como Pedro Jackson, de Itapé, que já deixou o partido.

Um prefeito do PMDB me confidenciou que ele, mais uns 15 prefeitos de sua região, vão fazer campanha para Wagner e manter a parceria. São nomes ligados ao deputado João Leão que preferem "seguir ele".
Acrescente a isso o que acontece em cidades como Itabuna, onde Renato Costa ia ser o nome apoiado por todos para deputado estadual. Ia...

O grupo da família Xavier, orientado por Lúcio Vieira Lima, deve apoiar Pedro Tavares, um cara de Ilhéus que mora em Salvador. E Renato já perdeu os Jacksons de Itapé.
São mais problemas de ordem interna que se somam aos causados pelo rompimento afoito de Geddel.

Fora um problema mais prático: os outros partidos já se definiram por Wagner, maioria, e o resto por Souto. O PMDB vai ser o bloco do eu sozinho, apenas com seu tempo de rádio e tv, enquanto Souto e Wagner terão o espaço ampliado.
Achou muita coisa? É só o começo. Assim que Geddel sair do ministério a coisa vai ficar muito pior.

O que restar de prefeitos e candidatos a deputado vai pular a cerca de vez, deixando Geddel sozinho na planície.
Vai ter que re-aderir ao governo Wagner ou se bandear para os carlistas. Ou ainda ficar no ostracismo político.

O PMDB da Bahia era um grão de areia. Cresceu somente em função de se aliar a Wagner e Lula (que Geddel combatia).
Hoje, o que vejo é Geddel confirmar minha previsão de uns meses atrás, de quando ele começou a falar mais grosso em relação a Wagner:

O PMDB vai voltar a ser o que era na BA, quase nada.

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