quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Alexandre Garcia - "Todos são iguais perante a lei seca"


O filho do embaixador tem imunidade diplomática, mas pode provocar acidente de trânsito como qualquer outra pessoa. Isso demonstra que nem todos são iguais perante a lei. Quem tem imunidade, como diplomatas ou parlamentares, são mais iguais que os outros.
Em Brasília, com quase cem embaixadas, isso que aconteceu ontem é mais comum do que se pensa. Autoridades policiais e autoridades de trânsito têm me contado o quanto se sentem impotentes ante a impunidade de transgressores protegidos por credenciais diplomáticas e placas azuis.
Muitas vezes a multa é encaminhada ao Itamaraty, mas nada acontece. Às vezes carros diplomáticos são conduzidos por motoristas brasileiros que se sentem alforriados para infringir as leis de seu próprio país.
Aliás, carros oficiais dos três poderes nacionais também são vistos infringindo as leis. A falta de noção do que representam os levam a abusos.
O filho do representante do Paraguai, por exemplo, dirigia sem carteira de habilitação, mas não esqueceu de carregar a credencial que lhe dá imunidade hereditária. Esquecem-se de que é costume civilizado o hóspede se comportar bem e respeitar as regras da casa do anfitrião

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